Devo pedir a “mão da moça” ao pai dela antes de começar a namorar? E se ele disser NÃO?
Imagine esta situação: Vocês querem começar a namorar. Mas o pai dela é um alemão (nada contra!) de dois metros de altura, que parece que te devoraria tranquilamente no café da manhã. Ele protege sua filha mais do que segurança de carro-forte…
Então você resolve “pedir a mão” dela para o pai. Chega com os joelhos batendo um no outro de tanto nervosismo, a voz quase não sai, e aí começa um interrogatório que mais parece uma sessão de tortura da ditadura:
– Quais as suas intenções para com a minha filha?
– As melhores possíveis senhor! (pergunta padrão, resposta padrão! Até agora tudo bem!)
– No que você trabalha?
– Não trabalho ainda, mas quero ser músico, estou começando uma banda… (resposta errada!)
Depois de meia hora de sermão e um sonoro “NÃO”, você sai com a missão de virar homem, fazer uma faculdade, arranjar um trabalho (“um trabalho de verdade” segundo o futuro sogrão), e depois disso vocês podem voltar a conversar.
Teus amigos já haviam dito que este negócio de pedir a mão já está fora de moda, hoje cada um deve decidir por si, e os pais não tem o direito de atrapalhar. Depois dessa frustrante experiência você começa a considerar a opinião deles, pois se for seguir a ordem do futuro sogrão ainda vai demorar mais uns quatro ou cinco anos para poder namorar. Mas será que eles estão certos?
Entre pela porta
Não é caretice pedir a benção do pai da moça antes de namorar. Pelo contrário, se você fizer isso, terá o respeito e apoio da família dela e ela reconhecerá você como autoridade, pois essa autoridade só pode ser concedida através da autorização do pai dela.
“Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. João 10:1. (“A porta” neste texto é a autoridade, no caso o pai dela).
Quando nos casamos deixamos pai e mãe e formamos uma nova família. A partir deste momento, a autoridade sobre a vida da mulher deixa de ser dos pais e passa a ser do marido (Efésios 5.23). Porém, até este momento, a autoridade sobre a vida da mulher é o pai dela. Quando nos submetemos às autoridades que estão sobre nós, somos abençoados por Deus, este é um princípio espiritual muito importante.
Então, um rapaz não pode sair namorando com uma moça, levá-la para passear, planejar com ela uma vida a dois e beijar um monte sem que a autoridade sobre a vida dela (que é o pai) o autorize. Se o rapaz fizer isso estará roubando-a e desonrando-a e, caso venham a se casar, não terá autoridade sobre sua família, pois esta autoridade não lhe foi dada.
Quando um rapaz, muito sábio, “pede a mão” da moça ao pai e este os autoriza, a partir deste momento eles estão autorizados a fazer aquilo, e somente aquilo, que a autoridade permitiu fazer!
Quem não entra pela porta é ladrão
Ou seja, se o pai dela disse que vocês têm que voltar às 22hs e vocês voltam às 23hs. Vocês extrapolaram os limites da sua autorização. Por isso perdem a autoridade. Então é necessário um pedido de perdão para o pai da moça para tentar recuperar a autorização para o namoro. Se vocês passam dos limites do contato físico, a mesma coisa deve ser feita. Pois ele não os havia autorizado a isso. E mesmo se tiver autorizado, vocês devem se dirigir também à maior autoridade sobre a vida de vocês, que é Deus Pai.
Este é um dos principais motivos do relacionamento genro x sogros ser tantas vezes conturbado. Porque os sogros sentem que foram roubados e acabam tratando com desprezo “aquele menino que roubou nossa filhinha”. Quando há submissão às autoridades, há segurança, benção e legalidade.
O texto de João 10:1 nos diz que quem não entra pela porta é ladrão e assaltante. A porta neste texto (e na Bíblia toda) nos fala de autoridade. Quem não entra através da autoridade é ladrão. Se os pais da moça não estão de acordo com o relacionamento de vocês, ESPERE! Não continue sem a autorização deles. Não pense que roubando a filha deles você terá um relacionamento abençoado e cheio da presença de Deus, muito pelo contrário.
Como agir diante de um não?
Se eles não os autorizam, primeiro tentem entender seus motivos. Pode ser a idade de vocês, a falta de um emprego ou a baixa escolaridade. Nestes casos, vocês terão que esperar e se esforçar para conseguir esta benção. Se vocês se conhecem, se amam e estão decididos a casar, vale apena este sacrifício. Leiam a história do apaixonado Jacó e os anos de trabalho que ele teve para ter Raquel como esposa em Gênesis 29.
“Então Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava.” Gênesis 29:20.
No caso de os motivos deles serem “menos nobres” como racismo, religião ou diferenças de classes sociais, ainda sim vocês devem esperar e se submeter à autoridade deles. Neste caso, o caminho para conseguir a aprovação deles é a oração. Esta é a forma que a Palavra nos ensina para mudar a decisão de uma autoridade. O coração da autoridade é controlado pelo Senhor. Então caso Ele esteja de acordo com a decisão de vocês, a decisão da autoridade pode ser alterada.
“O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer.” Provérbios 21:1.
Quando falamos de pais como autoridade, mesmo se eles não forem cristãos, sua autoridade não deve ser desprezada. Pois todas as autoridades foram colocadas por Deus sobre as nossas vidas, não apenas as que forem cristãs e boas para nós. Então estes princípios valem também neste caso.
Raul Cesar Sindlinger
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